Ecologia Interior

Ecologia Interior

por Luciana M. S. Ferraz – Socióloga e Coordenadora da Brahma Kumaris no Brasil

Ao longo dos séculos o ser humano tem dado forma, imposto e forçado, usado e finalmente abandonado a natureza.

O resultado destes maus tratos pode ser claramente observado e experimentado por todos nós, na forma de uma crise ambiental sem precedentes: poluição generalizada, aquecimento global, buracos na camada de ozônio, devastação das florestas, desertificação e um sem fim de problemas que tem afetado a qualidade de vida de todos os sistemas vivos e colocado em risco a sobrevivência de muitas espécies, inclusive da própria humanidade. Ainda que muitas medidas e políticas públicas e esforço conjunto internacional sejam necessários, é o ser humano, o elemento inicial e básico de qualquer transformação, que precisa ser conscientizado. Somos os arquitetos do mundo que vivemos. O que fizermos ao meio ambiente estaremos fazendo a nós mesmos.

NOSSAS CINCO CASAS

Como construtores da situação atual, precisamos rever o projeto da nossa obra,nossa casa coletiva.

Uma nova relação viva, de diálogo, de troca, de servir mutuamente precisa ser desenvolvida com o meio ambiente para que possamos sentir a integração plena e contínua entre nossas cinco casas ou oikos – que significa casa em grego e que dá origem à palavra ecologia.

  • a mente: onde residem os pensamentos e sentimentos.
  • o corpo: templo do espírito e da consciência.
  • o lar: residência e local de interação familiar.
  • a terra: o palco de nossas ações e da família humana.
  • o universo: a casa maior onde está inserido nosso planeta.

O cuidado que dispensamos ao nosso corpo, tendo atenção à higiene, à alimentação, ao sono e atividade física (exercícios, esporte, etc.) irão influenciar grandemente nosso estado de bem-estar e saúde geral.

Tem-se o entendimento de que milhões são gastos anualmente com doenças diversas e dispensa de trabalho por motivo de saúde, levando-nos a perceber a importância de um estilo de vida mais equilibrado e saudável.

Hoje se sabe que o cultivo de monoculturas (por exemplo: a soja, o milho, a cana-de-açúcar, etc.) e a produção de animais para consumo humano estão entre os principais devastadores das florestas e poluidores do meio ambiente. Uma dieta vegetariana desaceleraria o efeito estufa. Só no Brasil são 200 milhões de bovinos (IBGE 2000), que é maior do que a população humana nacional.

Segundo a FAO (Órgão das Nações Unidas para a alimentação e agricultura) a criação de gado é responsável pela emissão de 18% dos gases do efeito estufa mundial. São cerca de 37% das emissões globais de metano e 65% de óxido nitroso.

Para produzir animais destinados ao nosso consumo, precisamos alimentá-los. Cerca de metade da superfície agricultável da Terra tornou-se pasto, não se contabilizando a área destinada à produção de grãos para ração. 70 a 80% da soja mundial é destinada à ração animal e 1/4 da produção mundial de grãos é destinada à alimentação bovina. (dados do site www.consciencia.net).

O respeito e carinho com que tratamos nossas mentes e nossos corpos serão os mesmos com que trataremos as pessoas com quem nos relacionamos e o mundo ao nosso redor.

Assim como o corpo é o resultado do que comemos, como seres sociais somos o que aprendemos.

Grande separatividade existe em confundir ensinar com aprender, diploma com competência, a proliferação de hospitais e remédios com saúde, poder militar com segurança, status econômico com felicidade. O senso crítico que deveria ser entendido como a capacidade de análise e transformação acaba se tornando mero criticismo – resultado da profunda insatisfação das pessoas. O sucesso no desempenho das instituições é confundido com o progresso real dos indivíduos.

Assim, observamos como estas cinco casas estão intimamente interrelacionadas, e o que fizermos a uma delas estará afetando as outras quatro.

Entendemos que uma transformação duradoura e constante na direção de alcançarmos equilíbrio entre os vários sistemas vivos requer mudanças de hábitos, e estas acontecem a partir de desenvolvermos e praticarmos novos valores e forma de pensar. 

ECOLOGIA PROFUNDA

O amor e respeito à natureza têm sido cultivados por quase todas as culturas antigas e tradicionais. Desde tempos imemoriais também tem sido valorizada pelas mais diferentes religiões.

Mas foi com o norueguês Arne Naess, no início da década de 70, fundador da escola filosófica “Ecologia Profunda”, que alguns conceitos fundamentais começaram a ser reavivados. Estes são:

1- Existe uma interrelação entre todos os sistemas vivos, o que implica em mudança de visão. Não podemos continuar a encarar o planeta apenas como uma fonte de matérias primas donde extraímos tudo que queremos para satisfazer o conforto e ganância humana. Hoje sabemos que os elementos naturais não são infindáveis e inesgotáveis. 

2- Há de haver uma mudança de valores em que reconheçamos que somos partes de uma mesma teia de vida. O que fizermos à natureza experimentaremos as consequências. É a lei de causa e efeito agindo.

A mudança de pensamento e atitude mental, e participação das religiões e meios de comunicação pode ter um papel significativo nesse processo. Isso requer a percepção da interdependência de todos os reinos: mineral, vegetal, animal e humano.

3- A ciência e tecnologia são responsáveis não apenas de forma intelectual, mas também moral pelas suas invenções e descobertas. O cientista deve promover a vida e não destruí-la. A ciência tem uma responsabilidade ética face ao futuro da humanidade.

4- A problemática das gerações futuras e a questão do progresso econômico desenfreado. Sustentabilidade implica em não apenas valorizarmos o crescimento quantitativo mas a forma de como este se dá, garantindo a continuidade saudável do planeta e a herança que nossos filhos e netos herdarão como consequência de nossas decisões atuais.

5- Superar as divisões políticas, as fronteiras entre os países e as diferenças de raça, credo, gênero e cultura para que com maturidade e cooperação de todos possamos enfrentar este momento delicado onde podemos ganhar ou perder tudo.

A atual degradação do meio ambiente nos força a romper os limites de nossos apegos e preconceitos e entrarmos numa verdadeira era de globalização. Não apenas aquela em que os produtos econômicos e capital financeiro cruzam de um país a outro, e a globalização dos conhecimentos técnicos e da mídia nos fazem saber sobre o que acontece em qualquer parte do globo em tempo real, mas a globalização das consciências, isto é, reconhecermos que fazemos parte de uma única família humana e de que a Terra é nossa casa comum.  

NATUREZA INTERIOR

A palavra natureza pode ser definida de duas formas: a natureza física (exterior) e a natureza humana (interior). Na natureza externa vários tipos de energia concorrem para produzir o ambiente material que nos cerca. Energia solar, energia eólica, energia nuclear, energia elétrica, energia hidráulica, satélites, radares, chips, fibra ótica e dezenas de condutores criados para diminuir as distâncias entre os planetas, os países, as cidades, as comunidades, as famílias, as pessoas e para assegurar uma vida de conforto e prosperidade usufruída por poucos. A navegação terrestre e aérea e a tecnologia de ponta não tem conseguido encurtar as distâncias entre as mentes humanas, nem prover sustento verdadeiro aos corações sofridos com a falta da experiência de afeto e alegria.

Na era da comunicação em que vivemos, os desentendimentos, brigas, conflitos, violências, guerras entre casais, entre pais e filhos, entre vizinhos, no trânsito, entre times de futebol, entre povos e nações, e os exemplos poderiam ser multiplicados, são cada vez mais crescentes e demonstram que toda informação científica e tecnológica não têm contribuído para diminuir as disparidades entre ricos e pobres e o compartilhar desigual de riquezas. Os mecanismos sociais e políticos continuam engatinhando em proporcionar uma integração mais profunda entre todos os atores deste palco terrestre, que tem o sol e a lua como seus holofotes naturais. As divisões com base na cor, raça, religião, língua, nacionalidade, castas e classes sociais permanecem apesar dos avanços em termos de conhecimentos e recursos. As bibliotecas aumentam e se modernizam, as editoras invadem o mercado com livros de auto-ajuda, mas o ser humano está cada vez mais ignorante e impotente para experimentar paz e  saber conviver em equlíbrio.

A razão disso é que a separatividade não está nas distâncias físicas, nos recursos materiais e no controle dos elementos disponíveis. A atenção no autocontrole da natureza humana e harmonia nos relacionamentos tem sido negligenciada. Alcançar domínio sobre os nossos órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, paladar e tato) e nossos órgãos sutis (mente, intelecto e personalidade) requer esforço e empenho pessoal. São habilidades que não podem ser delegadas a outros fazerem por nós, nem adquiridas em shopping centers ou disponíveis na forma e pílulas de alívio rápido.

Cada um é responsável em desenvolver a soberania interior e administrar seus recursos internos de pensamentos, sentimentos, experiências, decisões, discernimentos, crenças, costumes, hábitos, etc.

Nossos órgãos dos sentidos são frequentemente comparados a cavalos selvagens descontrolados, que dirigem a carruagem de nossa vida muitas vezes independentes de nossa vontade ou opção consciente.

Como resultado disso somos incapazes de tomar decisões adequadas e gerenciar nossa paz de espírito e felicidade. Antes de enfrentarmos o desemprego, a inflação, o desperdício, a corrupção somos vítimas do nosso próprio boicote interno ao subempregarmos nossa capacidade, desperdirçarmos nossos talentos, corrompermos nossas virtudes, inflacionarmos  nosso autorrespeito, exigindo de outros o que não estamos conseguindo gerar dentro de nós mesmos.

As energias da criatividade do pensamento e dos sentimentos nobres que nos tornam humanos, como a solidariedade, a compaixão, a generosidade, o amor incondicional, a serenidade estão relegados ao patamar de bens inalcançáveis para a maioria.

Métodos que incluam a disciplina da mente, maior clareza do intelecto e maior bondade na nossa personalidade, para que esta fique livre de preconceitos e limites que dificultam a compreensão nas relações podem ser experimentados através da meditação, da oração sincera, da sensibilidade das artes, de técnicas de pensamento positivo, cultivo de silêncio interior e todas as práticas que nos remetam a acessarmos nosso potencial inato de qualidades internas, tais como paz, pureza, amor, contentamento, verdade e nos fortaleçam para termos mais coerência entre nossos pensamentos e nosso comportamento, nossos valores e nossas ações, nosso discurso e nossa vida prática.

POLUIÇÃO MENTAL

Todos sentimos “na pele” os diversos tipos de poluição da água, da terra, do ar, sonora, dos alimentos que afetam nosso bem-estar, nossa saúde, a flora e fauna, a beleza e reverência ao nosso planeta.

A educação ambiental tem contribuído para conscientizar-nos destes malefícios e tem nos dividido em dois grupos: dos que estão atentos à conservação e cuidado em relação ao meio ambiente e dos que fazem parte de sua rápida degradação e destruição. Mas mesmo dentre o primeiro grupo, nem todos estão alerta à mais significante poluição, aquela que é a semente de todas as outras, que é a poluição mental. Cada palavra e ação são precedidas pelos pensamentos que se originam na mente.

Uma mente contaminada com raiva, ódio, arrogância, preconceitos, dependências, ganância e outras fraquezas que poderíamos comparar a enfermidades da alma humana irão manifestar-se em palavras e ações doentes, espalhando germes de discórdia, violência, competição, mesquinhez e desonestidade.

Uma mente negativa é como a chaminé de uma fábrica despejando na atmosfera vibrações poluídas que influenciarão todos que entrarem em contato com elas, produzindo tensão, irritação, ansiedade e medo.

A poluição mental tem efeito direto na saúde humana e indiretamente afeta todos os sistemas vivos e nosso sistema social, levando, finalmente, à degeneração da sociedade.

Este estado mental negativo pode ser revertido através de um despertar da consciência adormecida. Uma mente preenchida de positividade, virtudes e espiritualidade pode ser comparada a uma árvore com abundância de folhas, flores e frutos, oferecendo sombra, suporte e sustento a todos à sua volta.

Uma mente saudável experimentará contentamento independente de todos os bens materiais que estejam ou não à sua disposição, cultivando uma atitude de simplicidade e satisfação profundamente benéficas ao consumismo desenfreado.

Positividade não significa ver o mundo cor de rosa e ignorar a realidade, mas ter uma atitude de aprendizagem, de fortalecimento pessoal e de aproveitar os desafios  para seu próprio crescimento, concentrando-se nas soluções e não apenas alimentando os problemas. Tomar as oportunidades que vêm às nossas vidas disfarçadas em situações adversas requer sabedoria e visão ampla, para não se perder nas possíveis dificuldades momentâneas.

Espiritualidade é outro conceito importante nesta mudança de atitude. É independente de religiões estabelecidas e implica principalmente em atuarmos a partir de um novo referencial, onde a identidade do ser embasada nos atributos físicos e limitados (cor, gênero, nacionalidade, religião, profissão, status sociais, papel, etc.) é substituída pelo entendimento de que somos seres espirituais conscientes que usam o corpo e o mundo material para expressar suas qualidades intrínsecas.

OS ELEMENTOS E AS VIRTUDES

A maneira mais simples e efetiva de desenvolver cuidado e zêlo em relação ao meio ambiente é despertando nas crianças, jovens e adultos o amor e respeito pela natureza. O slogan popular “Quem ama cuida”, bem reflete o melhor método para transformar a atitude de espoliação e descaso numa atitude de valorização de cada um dos elementos. Há muito que aprender e se inspirar com cada um deles.

Precisamos devolver à natureza e servi-la para acertar nosso débito com ela. Descobrir suas qualidades e virtudes para voltar a se encantar e reverenciá-la.

TERRA Nos inspira o poder de doar e cooperar. Em tantas culturas é reverenciada como a Mãe Terra, pela generosidade das colheitas. Símbolo de abundância e cuidado. Os indígenas já diziam: pise devagar e suave para não machucar a terra e não despertá-la. É na terra que encontramos o apoio onde vivemos, andamos, construimos,escavamos. Nas suas entranhas escondem-se minerais, rochas, veios d’água, cavernas, vulcões. Ela também dá suporte às matas, aos jardins, às plantações, às cidades. Em tantas formas variadas como areia, argila, solos diversos ela coopera para que a vida aconteça sobre ela. A terra está intimamente conectada ao corpo.

ÁGUA Nos inspira o poder de abraçar e acomodar tudo e todos. O oceano recebe em seu seio rios pequenos e grandes, de águas límpidas e de águas poluídas. Coração grande. Símbolo de profundidade, sabedoria e limpeza. Mergulho profundo no conhecimento. Tem flexibilidade e se molda no espaço ou recipiente que a contém. Adapta-se às diversas temperaturas tornando-se gasosa diante do calor e gelo/neve diante do frio. Excelente condutor, humildemente esconde-se para que o sabor dos alimentos e bebidas, os perfumes, os medicamentos, os pigmentos possam manifestar sua forma.

A água está intimamente conectada aos sentimentos .

FOGO Nos inspira entusiasmo e a capacidade de enfrentar. Impenetrável, íntegro, honesto. Chamas de purificação. Simboliza a destruição do velho para dar lugar ao novo. Renascimento. Temos que conquistar o fogo que existe dentro de nós na forma de raiva e desejos.

O fogo está intimamente conectado à força de vontade.

AR Nos inspira a sermos leves e a termos pensamentos e vibrações positivas. O vento sopra e acaba com o inútil, levando para longe mágoas e ressentimentos. Refresca a cabeça e nos ajuda a deixar que o passado seja passado, colocando um ponto final. Transforma o negativo em coragem e vitória. Símbolo do sopro vital. Respiração que revitaliza e desperta.

O ar está intimamente conectado à mente.

PEDRA Nos inspira força e simplicidade. Solidez, beleza, preciosa como jóia ou cristal. As pedras despertam o poder de discernimento e reflexão. Ser capaz de distinguir um diamante verdadeiro de um artificial. Ser inabalável e ainda assim sutil. Símbolo de estabilidade e firmeza. Forte como uma rocha.

As pedras estão intimamente conectadas ao intelecto.

ÁRVORE/MADEIRA Nos inspira altivez e respeito à diversidade. Variadas formas, tamanhos, texturas, coloração. Dezenas de possibilidades na sua utilização: em embarcações, mobiliário, construções, combustível, resinas. Espécies florais, frutíferas, medicinais, ornamentais. Oferece descanso em sua sombra e propicia brincadeiras em seus galhos. Símbolo da humanidade, em que todas as religiões são galhos de uma mesma árvore e Deus é a semente. Exemplo de tolerância e flexibilidade. São capazes de brotar em qualquer lugar, mesmo no cimento e em fendas de rochas. Em cada vendaval ela retribui os golpes doando flores e frutos. Cabe a nós escolhermos entre as flores e frutos e os espinhos.

A árvore está intimamente conectada aos nossos hábitos.

ESPAÇO Nos inspira o poder de decisão e escolhas corretas. O bem-estar interno cria um espaço de conforto e aconchego. Cabe a cada um lançar seu olhar para o horizonte e enxergar longe. Uma alma grande não se encaixa em moldes pequenos e limitados. A vastidão e o ilimitado são suas fronteiras. Não se prende a rótulos e julgamentos que impedem a expressão do seu potencial. Símbolo de liberdade.

O espaço está intimamente conectado à ação.

TEMPO Nos inspira o poder da introspecção. Este é o método para dialogarmos e criarmos harmonia com o tempo. Pensar demais contrai o tempo. O silêncio expande a experiência das horas. Correr atrás do tempo e das tarefas sempre acaba trazendo sentimentos de insatisfação. Quietude para penetrar a eternidade. Símbolo da criação. Dar valor a cada pensamento, palavra e ação. Já disse o poeta Geraldo Vandré: quem sabe faz a hora. Largas horas de felicidade parecem tão breves, pois não cansam. Um segundo sentado numa chapa quente parece infindável. O tempo é relativo.

O tempo está intimamente conectado à experiência.

QUANDO EU MUDO O MUNDO MUDA

Apenas ao mudar minha relação para com a natureza, tornando-me um agente consciente de transformação, pode haver a esperança de recuperação e sobrevivência do planeta. Somos os responsáveis em criar esta reviravolta. E tudo começa dentro de mim. 


Referência para Leitura:

– A ética do Cuidado
Leonardo Boff

– A Teia da Vida
Frittjof Capra

– Beleza Interior
Anthea Church
Editora Brahma Kumaris

– Os Oito Poderes
Marcelo Bulk
Editora Brahma Kumaris

– A Paz Começa com Você
Ken O’Donnell
Editora Brahma Kumaris

– Science, Spirituality, Ethics and Environment
Jagdish Chander Hassija

– Environmental Crisis: International Convention Papers
Conferência organizada pela Prajapita Brahma Kumaris Ishwariya Vishwa Vidyalay e Raja Yoga Education and Research Foundation em associação ao  Departamento de Meio Ambiente e Florestas do Governo de Delhi em sua sede internacional em Mount Abu, Rajastão, Índia de 21 a 24 de setembro de 2007.

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